Numa das ultimas idas ao Algarve cruzei-me com este fruto que mal conhecia e nunca tinha provado. Chegada a casa fui pesquisar e percebi que posso substituir o chocolate e o cacau pela Alfarroba. Parece chocolate, tem gosto de chocolate, mas é muito mais saudável.
A alfarroba é naturalmente doce, tem muitas fibras, ajuda a controlar o açúcar no sangue o que significa que é uma aliada para quem tem diabetes, é rica em cálcio e magnésio que, juntos, auxiliam na recuperação principalmente para quem treina.
Fui pesquisar receitas simples e saudáveis para utilizar a alfarroba e encontrei vários usos para ela como as panquecas de alfarroba, a mousse de alfarroba, bolachas e pão, este ultimo o único que provei até agora.
Hoje é Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa e não sabemos se têm noção, mas 2 em cada 10 crianças nasce com surdez, o que fez com que a partir de 2007 fosse implementado nos procedimentos exames á nascença um rastreio auditivo para que deste modo se possa identificar e intervir cada vez mais cedo e com maior taxa de sucesso.
Quero por isso partilhar aqui a experiência de uma mãe ouvinte com uma filha surda.
Como e quando descobriste que a tua filha era surda?
Quando ela tinha 18 meses, na idade de começarem a dizer as primeiras coisinhas, soube instintivamente que algo não estava bem, partilhei essa inquietação com o marido e a família mais direta e também com a pediatra. Todos eram da opinião que muitas crianças começam mais tarde a falar e a minha filha agia em tudo da mesma forma que os outros bebés, mas quanto mais tempo passava mais tinha a certeza que algo não estava bem.
Aos 24 meses quando foi para a creche e após uma semana falei com a educadora e partilhei as minhas suspeitas. Passado uma semana a educadora chamou-me e disse que efetivamente ela não reagia aos sons e à chamada como os outros da sua sala. Daí até a confirmação foram 5 meses.
O que fizeste para teres a confirmação?
Todos os testes e exames que ela fazia eram inconclusivos, o desenvolvimento/inteligência dela enganava, continuei a insistir até que um dia uma medica otorrinolaringologista me disse que havia um exame que seria o tira teimas, mas que se realizava em bloco operatório com sedação, e que provavelmente seria difícil de agendar. Felizmente consegui marcar no Hospital da Luz para a semana seguinte. Recebi o resultado e mostrei à médica que reagiu com muita surpresa e perplexa me disse “isto não pode ser, o exame comprova que a vossa filha é completamente surda”.
Ela foi logo encaminhada para o Hospital Dona Estefânia para uma consulta de otorrino, e posteriormente para uma de implantes que a acompanham até hoje.
Qual a tua reação a essa descoberta enquanto mãe ouvinte?
Foi apenas a confirmação, mas não parei para pensar, acho que tem muito haver com a minha maneira de ser, só conseguia pensar qual é o próximo passo, não pensei nas implicações que poderia ou não ter.
Já sentiste que a tua filha foi discriminada pela sociedade por ser surda?
Até esta fase não felizmente, mas acredito que agora a adolescência e a idade adulta me mostrem outras realidades.
Foi fácil conseguir ajudas necessárias para a integração dela na sociedade?
Considero que tive muita sorte, pois é uma deficiência para a qual já existe uma estrutura para apoiar e direcionar de fácil acesso. Assim que foi confirmado o diagnóstico no Hospital Dona Estefânia a equipa multidisciplinar esclareceu-me logo e encaminhou para o Ced Jacob Rodrigues Pereira (uma das escolas de referência para surdos).
Foi com grande alívio que tomei conhecimento de tudo o que estava à disposição dela, desde professores, terapeutas audiologistas e psicólogos. Eles iniciaram então o processo de apoio enviando duas vezes por semana uma terapeuta e uma professora de língua gestual à creche que ela frequentava, até iniciar o novo ano letivo e ela dar entrada na creche do o Ced Jacob Rodrigues Pereira.
Mas aqui o fator localização foi também fundamental pois tenho conhecimento de casos no interior de Portugal em que não existe respostas e que para as encontrar a vida de toda a família é alterada.
Na tua opinião, qual o papel dos ouvintes na inclusão de surdos?
Nesta como em todas as outras deficiências o papel da comunidade é fundamental para que todos se sintam incluídos, ainda estamos muito longe do que seria considerado ideal. A comunicação é um obstáculo muito grande e é compreensível a sua dificuldade, mas para tudo se dá um jeito se todos nós estivermos recetivos a aceitar as diferenças tudo será mais fácil.
Quais os obstáculos que ela tem que lidar?
Como em tudo, é uma questão de adaptação, mas existem de facto "obstáculos" desde situações do quotidiano até outras que têm efetivamente a ver com respostas necessárias ao seu desenvolvimento. Ex: Para atravessar uma estrada os cuidados têm que ser outros pois a capacidade de alertar para um perigo eminente é drasticamente reduzida.
Quais os obstáculos que tu como mãe tens que enfrentar?
Não considero obstáculos, mas sim situações que requerem adaptação e sensibilidade, como por exemplo encontrar profissionais na saúde e no ensino como por exemplo um Atl em que consigam se comunicar com ela de uma maneira eficiente.
Mas nada acontece por acaso e que tudo aquilo que nos sucede na vida é para nos fazer crescer enquanto pessoa e ser humano.
Foi difícil aprender língua gestual para comunicares com a tua filha?
A língua gestual aprendesse como qualquer outra língua e tem vários níveis. É relativamente fácil e como qualquer outra língua requer prática e treino.
O pai inscreveu se no curso de Língua Gestual Portuguesa na Associação Portuguesa de Surdos para a podermos acompanhar, eu como não tinha horário para o fazer adquiri vários DVDs e livros para aprender, mas a melhor professora para nós foi sem dúvida a nossa filha que enquanto criança aprendeu muito rápido e hoje é já tão fluente como os professores que a acompanham.
Como é ser mãe ouvinte de uma criança/adolescente surda?
É maravilhoso e desafiante como qualquer outra criança. A adaptação ao longo do seu crescimento é constante, é necessário estar atento, mas também o é para uma criança sem qualquer deficiência.
O que desejas/desejam para o futuro dela?
Acima de tudo que seja feliz como qualquer outra mãe deseja para os seus filhos, mas também que encontre o seu lugar e que se consiga realizar enquanto pessoa e profissional.
Atualmente tem 15 anos e estamos numa altura de tomada de consciência dela das diferenças e dificuldades em relação à comunidade ouvinte.
De salientar que não há nenhum surdo na família, nem em famílias amigas, apenas naqueles que fomos conhecendo ao longo do percurso escolar.
Conselhos para outras mães na tua situação
Para mim o mais importante de tudo é a aceitação, conheço várias realidades neste âmbito e em outros de rutura da família e negação. Quanto mais cedo e mais rápido aceitarmos e agirmos melhor para todos.
Quando não o fazemos quem sai prejudicado é a criança que por vezes vê atrasado o seu desenvolvimento ou noutros casos chegam mesmo a não beneficiar de qualquer apoio e não desenvolvem as suas capacidades.
Quero agradecer a minha amiga a disponibilidade que teve em partilhar a sua experiência de vida e espero que sirva de alerta e ajuda para muitas mães e pais que possam estar nesta situação.
Ainda há pouco tempo era pleno Verão... férias... praia... mergulhos... E entretanto já estamos no Outono, já apetece vestir um casaco, já começaram as primeiras chuvas e, imagine-se, já só faltam 54 dias para o Natal!
É nesta altura que começo a planear como vamos decorar a árvore de natal cá em casa, quais as prendas e a quem vamos dar, se só as crianças, se só a família ou a todos... Começo com o stress de pensar se compro as prendas ou faço algo mais intimo para oferecer.
Mas uma algo que já tenho decidido, o presépio...Depois de me inspirar no presépio que visitámos uns tempos atrás em Mondim de Bastos, vou tentar fazer a minha versão cá por casa.
Deixo-vos algumas fotos do presépio que visitámos para também vocês se inspirarem.